Somos um casal normal, que durante a semana passa a maior parte do dia no trabalho. Como temos uma filha de 5 anos, a Sara, quando chegam os sábados, domingos, feriados e férias, queremos ficar com ela.
Ao mesmo tempo, não abrimos mão de viajar e sempre de forma independente: nós mesmos pesquisamos os destinos, compramos as passagens, reservamos os hotéis. E entre ficar em casa ou ter que arrumar a mala para três, em geral ficamos com a segunda opção. Por isso, na maioria das vezes, nossas viagens são em família.
Dá trabalho? Não vamos mentir: dá trabalho sim! Nossas andanças exigem um planejamento maior. Mas mesmo assim já aconteceu de esquecermos a mamadeira e outros itens indispensáveis em casa. Fazer o quê? Tentar não se estressar e dar um jeito na situação.
Além disso, precisamos abrir mão de alguns programas, seja pela segurança, por exigir uma caminhada mais vigorosa ou pelos simples fato de não serem em ambientes adequados para crianças. Como tudo na vida, tem o ônus e o bônus. Quando colocamos na balança, pesa mais o lado que aponta para levarmos a pitoca junto.
Nossa primeira viagem em família foi quando a Sara tinha sete meses e meio. No início pegamos leve: uma semana em um hotel à beira-mar em Arraial d’Ajuda, na Bahia. Para não precisarmos levar tantas “tralhas”, aos poucos fomos acostumando nosso bebê a tomar banho de chuveiro em casa, no colo. E deu certo! Nos passeios pelo centrinho da praia, ia grudadinha na gente, no canguru. A partir dali tomamos coragem e começamos a nos aventurar um pouco mais (*).
No ano seguinte, organizamos um mochilão em família pela Europa, na companhia de um casal de vôs e uma das dindas. Foram três semanas passeando pelo continente, empurrando um carrinho guarda-chuva pela Inglaterra, França, Holanda, Itália e Vaticano.
De lá pra cá já foram tantos outros destinos, incluindo mais praias do Nordeste, Santa Catarina, Espírito Santo, Minas Gerais, Goiás, Brasília e algumas cidades no Uruguai, como Montevidéu, Colônia do Sacramento e Punta del Este.
É muito bom poder levar essa pessoinha junto e apresentar o mundo pra ela. Embora, muita vezes, ela também apresente muita coisa pra gente. Em geral, nossas em viagens em família não são para criança, mas com criança. Qual a diferença? Levamos nossa filha para os lugares que nós queremos ir. E ela faz “a viagem dela”, encantando-se com o que encontra pelo caminho.
Como diz um conhecido provérbio: “o melhor presente que podemos dar aos nossos filhos são raízes e asas”. Simples assim.
* No primeiro semestre de 2017 fizemos uma aventura ainda maior: um “mochilão” de três meses por seis países da Ásia. Nós três. As histórias você encontra passeando aqui no site! 🙂