A cantora e apresentadora tradicionalista Shana Müller é mãe do pequeno Gonçalo, de seis meses. Por conta da rotina profissional, ela já levou o guri para 25 cidades. Neste post, Shana não fala de uma viagem – mas de todas as viagens e da experiência de ser mãe – em casa, no palco ou na estrada.
Tem criança na viagem! Ufa!
Esta frase é e será por um bom tempo uma constante em minha vida. Quando recebi o convite para escrever por aqui, pensei: “Bah, esse blog tem a minha cara!”. Só não tem o meu tempo, afinal meu trabalho é basicamente viajar e falta tempo pra escrever. Aqui estou eu e vamos lá!
Gonçalo nasceu no 20 de setembro e já chegou mostrando que não tinha nenhum problema em alterar a agenda da mamãe Shana. Afinal, no Dia do Gaúcho a mamãe está sempre na estrada trabalhando, como boa cantora e apresentadora regional que é.
Cresci numa casa de quatro irmãos, com pai bancário. Mudar de lugar e viajar sempre foram constantes em nossas vidas. Quando moramos em Alegrete, qualquer viagem era uma função.
Imagina, nos dias de hoje, colocar quatro crianças dentro de um carro e viajar do Alegrete a Florianópolis? Primeiro, que nem caberiam quatro cadeirinhas no carro. Lá em casa já conversamos sobre isso e chegamos à conclusão que nascemos no tempo certo, por mais “irresponsável” que isso possa parecer.
Viajar com criança é de fato uma função. Cabe a nós encontrarmos o divertido de cada fase e situação.
Gonçalo vai completar agora 6 meses e já tem uma listinha de 25 cidades visitadas desde seu nascimento, entre elas Alegrete (claro, terra natal do papai), Santa Maria, Rio de Janeiro, Corrientes (Argentina), Capão da Canoa, Florianópolis e Planalto. Cada viagem tem suas particularidades: as que são a trabalho e as que são a passeio.
E o interessante é que eu, Shana, mamãe de primeira viagem, vou descobrindo as coisas conforme elas vão acontecendo (não sou lá uma pessoa das mais organizadas…). Resolvi então contribuir aqui contando alguns fatos de diferentes viagens, certo?
Dois detalhes bem importantes: ande sempre com a documentação de seu filho, certidão de nascimento ou carteira de identidade e, além disso, a carteira de vacinação.
Estávamos nós já de mala pronta, indo para Corrientes, mamãe com show marcado, quando nos demos conta de que sem a carteira de identidade Gonçalo não entraria na Argentina! Fiz alguns contatos e descobri que no Instituto de Identificação, em Porto Alegre, o processo é bem ágil. Em menos de três dias úteis conseguimos o documento. Ufa!
Outra dica importante é sempre identificar o bebê ou a criança na passagem aérea. Mesmo que ele não pague o trecho, vai pagar a taxa de embarque, combinado?
Gonçalo está com apenas seis meses e algumas descobertas têm sido importantes. Se a gente cansa de ficar num carro horas na estrada, imagina eles, não é mesmo? Afinal, aquela cadeirinha de confortável não tem muito. Então viajar com bebê significa ir parando, trocando fralda, amamentando, dando um tempo para eles não estressarem.
Eu, que sempre critiquei o excesso de tecnologia para os pequenos desde cedo, mordi a língua (afinal, qual pai e mãe não fala do filho dos outros e paga com os seus, não é mesmo?!) Por isso, quero dizer que é de suma importância você portar um tablet, celular, DVD portátil ou algo do gênero que toque uma música e tenha imagens coloridas! Não há nada mais atrativo para uma criança, não importa a idade.
Por mais que ele não entenda o desenho, fica vidrado na luz, na cor, no movimento e no som. Baixe aplicativos, compre dvds e tenha uma viagem bem mais tranquila.
Pequerruchos e Pocoyo são meus ídolos do momento, e a mamãe artista aqui já está super interessada em produzir para crianças também… É um mundo de encantamento, descobertas e extremamente fértil na criatividade. Imagine um “HD” cheio de espaço a ser preenchido de coisas boas? Ah, que maravilha!!!
O bebezinho nessa fase requer cuidados, então minhas principais preocupações nesse momento são a de sair de casa com tudo que será ou pode ser preciso para ele.
Para visitar cidades de clima diferente – por exemplo, calor de dia, fresquinho à noite – como em Corrientes, onde o festival onde fui cantar era ao ar livre, leve sempre uma mantinha. Nesse caso, uma boina bem gaúcha deixou o guri com estilo e ainda com a cabeça abrigada. Conforto e cuidado são fundamentais nessa fase.
Se eu pudesse voltar atrás no quesito facilidade teria confiado mais nos blogs todos que li e que indicavam não comprar um carrinho maior. Me encantei por um que encaixa o bebê-conforto e o moisés, além do próprio carrinho. No fim, tenho sorte de ter uma caminhonete, porque ele ocupa mais da metade do meu porta-malas e tem ficado muito em casa quando vamos viajar com mais pessoas.
Acredite, um carrinho mais prático pode ser bem mais útil. E outra: usei e uso muito o sling e o canguru. São ótimos. Não ocupam espaço, o bebê dorme logo quando carregado ali e se diverte muito!
Quero aproveitar e agradecer de público aqui a todos os hotéis nos quais tenho parado e que em gestos de muita gentileza sempre preparam um bercinho e uma banheirinha paro meu pequeno. Gestos assim sempre fazem nossa estadia muito mais confortável. E você, papai ou mamãe, não esqueça sempre de indicar na sua reserva que você está com uma criança e a idade do bebê para que o hotel disponha das suas necessidades.
Mamãe de primeira viagem é assim: lê de tudo mas acaba sempre fazendo o que acha mais correto, até descobrir por si mesma que, no fundo, quem deu a dica pode ter razão.
Então, espero que minhas dicas ajudem e meu depoimento mostre que a descoberta de ser mãe e pai é proporcional a desvendar todas as necessidades e toda a transformação que a presença de uma criança vai ter em vários momentos das nossas novas vidas – a viagem é apenas uma delas. E que, sim, é tudo muito mais maravilhoso, e cada quilômetro percorrido será muito mais feliz!
Beijos a vocês e uma ótima viagem!
Os tradicionalistas Joca Martins e Juliana Spanevello também já contaram sua história para a gente. Acesse aqui para ler!
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