Mendoza é lugar de criança? – Tem criança na viagem
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Mendoza é lugar de criança?
26/08/2023
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Conhecer Mendoza, na Argentina, era um desejo antigo. Sempre pensávamos em visitar numa viagem romântica, casal, ou com amigos – todos adultos que pudessem curtir os ótimos vinhos da região.

Mas a gente adora levar a Sara junto – então, fomos para lá carregando a filhota e torcendo para que a gente descobrisse atrações interessantes também para crianças.

Como todo bom viajante sabe, a Argentina neste momento é um ótimo destino – financeiramente falando. A crise no país vizinho faz com que R$ 1 valha, em média, o equivalente a 100 pesos. Essa desvalorização reflete em várias coisas (não tudo), o que torna o turismo por lá bem acessível.

Vamos dividir este material sobre Mendoza em alguns textos devido à quantidade de informações.

Primeiro, a ida: pesquisamos e acompanhamos por um bom tempo os preços das passagens, até encontrar valores mais acessíveis com a Aerolíneas Argentinas. Fomos de Porto Alegre a Buenos Aires em um voo no qual não serviram nenhum snack – apenas bebidas frias. Depois, de Buenos Aires a Mendoza, foram servidos snacks e bebidas frias e café. São dois voos curtos e, em poucas horas já estávamos no destino.

Western Union

Ao chegar em Mendoza acabamos pegando um táxi até nosso Airbnb. O motorista foi bem gentil, e inclusive nos auxiliou no primeiro câmbio, que fizemos na rua: chegamos depois das 17h, e as casas de câmbio do aeroporto já estavam fechadas! Trocamos com um cambista apenas o suficiente para pagar esse primeiro transporte.

Depois de largar as bagagens, nossa primeira providência foi ir até a loja da Western Union mais próxima. Mendoza, por ser tão turística, conta com várias unidades – a maioria na região central da cidade.

Como em qualquer lugar do mundo, a WU funciona muito bem. Mas ATENÇÃO: o ideal é que você se programe para pegar dinheiro a cada dois ou três dias. Por conta da desvalorização, no câmbio você acaba recebendo muitas cédulas. E isso, além de ser complicado para transportar, acaba se tornando perigoso.

Também por causa da quantidade de cédulas nem sempre os WU conseguem atender sua solicitação; então, pedir menos dinheiro é garantia de que a loja terá a quantidade suficiente de dinheiro para lhe entregar. O mais indicado é sempre o localizado na Avenida Aristides Villanueva.

Em alguns países o WU não é tão rigoroso, mas na Argentina, sim. Em alguns casos, um nome escrito com letra errada, ou abreviado, impede a retirada do dinheiro. Então, preencha o formulário de um jeito idêntico ao documento que será apresentado.

Como é Mendoza?

Mendoza é uma cidade linda. Inclusive é considerada a mais, ou uma das mais (dependendo da fonte…) limpa do país. As avenidas e ruas são ladeadas por plátanos que dão um tom todo especial às calçadas largas, que têm, sempre ao lado, um canal fundo por onde passam a água da chuva e do derretimento da neve da cordilheira.

A Cordilheira dos Andes, por sinal, é maravilhosa e pode ser vista a todo momento da cidade. É uma paisagem linda, impressionante.

A cidade é seca, muito seca, e vive da água do degelo. E é fria boa parte do ano – mas menos fria do que nas regiões vinícolas, a algumas dezenas de quilômetros do centro.

São muitos parques, todos muito bem cuidados e muitos deles cercados. Há playgrounds para as crianças e muito espaço para relaxar junto à natureza.

Como a cidade é bem plana e as calçadas são largas, carrinhos de bebê são uma mão na roda (com o perdão do trocadilho…) para pais que viajam com os pequenos. Vá sem medo de ser feliz!

Mendoza conta ainda com ótima gastronomia e – nem precisamos dizer… – vinhos para todos os gostos. Se pesquisar bem será possível encontrar ótimos restaurantes e pizzarias por preços super acessíveis, tanto para turistas quanto para os próprios argentinos. Isso nos leva ao próximo tópico:

Comida e bebida

Somos o tipo de turista que gosta de explorar os lugares a pé, de conhecer a rotina dos moradores dos lugares que visitamos. E somos econômicos, também. Por isso, mercados e supermercados são sempre muito importantes para a gente.

Em geral escolhemos alguns dias para jantar ou almoçar em restaurantes, mas a maioria das refeições fazemos na própria hospedagem. Isso nos permite economizar bastante e deixa dinheiro para outros gastos (ou investimentos…), como em passeios, ingressos, etc.

Gaúchos que somos, fomos atrás de um açougue (carnicería, em espanhol) para comprar carne para fazer um assado (no forno, não na churrasqueira). Encontramos picanha a R$ 20 o quilo! Imagina se não caiu muuuito bem com um vinho argentino?

Vinhos, alfajores, alguns produtos de higiene, maquiagem, alfajores, têm preços muito bons nos mercados mendoncinos. Vale a pena tirar um tempinho para passear entre corredores de produtos.

Em restaurantes com carne, provem o delicioso Ojo de Bife. E não deixem de conhecer a pizzaria Pizzaiolo, na Sarmiento. Será uma experiência deliciosa!

Transporte

Diferente de outros lugares, o aplicativo que melhor funciona em Mendoza é o Cabify. Esqueça Uber e outros. Os carros são limpos, bons, os motoristas muito atenciosos e não costumam cancelar viagem. Isso é muito importante, considerando que nos passeios às vinícolas a quantidade de vinho ingerida é considerável, e dirigir torna-se proibitivo.

Nos dias de visitas íamos e voltávamos com este transporte. Mas, diferente do que havíamos lido em diversos blogs, não encontramos barreiras policiais nestas estradas (o que não significa que não existam, e nem sugerem que você possa dirigir embriagado…).

O mais seguro é mesmo usar o aplicativo ou contratar os chamados “remis”, motoristas que são contratados por dia e ficam à sua disposição pelo tempo necessário. Os hotéis auxiliam nestes contatos.

Ao alugar um carro, atenção: dependendo de quem lhe para numa barreira policial, poderá ser exigido kit de primeiros socorros. Nós também providenciamos correntes para colocar nos pneus caso trafegássemos em estradas congeladas.

Outra situação que precisa ser relatada: viajamos em seis pessoas (nós três aqui de casa, os avós e a tia da Sara). Reservamos um veículo de sete lugares pela Localiza da Argentina, que ficou de nos “avisar” até 24 horas antes da retirada se teriam o carro à disposição. Ao chegarmos no aeroporto fomos conferir essa situação, e nos informaram que não havia qualquer carro de sete lugares na região para alugar. Ou seja, ao invés de anunciarem isso no site, eles deixam para a última hora – o que acaba por obrigar os turistas a locarem dois veículos, o que nos foi proposto. Ficamos muito indignados com essa situação, e acabamos procurando outra locadora – que tinha o carro que precisávamos, e por um preço bem abaixo do cobrado pela Localiza. 

Nosso roteiro em Mendoza

Ficamos por seis dias em Mendoza, que é uma região bem próxima à cordilheira e à fronteira com o Chile. Alugamos um carro nos últimos quatro dias para que pudéssemos viajar às montanhas e nos deslocar pelo Vale do Uco, que é onde são produzidos os melhores vinhos Argentinos.

Nos primeiros dias tivemos como base o Centro de Mendoza, próximo da Praça Independência – que é de onde parte o City Bus. Não fizemos o passeio de ônibus por três motivos: nós gostamos MUITO de caminhar pelas cidades, e conhecemos quase todos os pontos a pé; achamos o valor alto pelo que oferecia (e o que não oferecia, como mapas e tradução simultânea, o que é bom para quem não manja de espanhol…); e por estarmos de carro em alguns dos dias.

A pé pudemos nos deslocar para praticamente todos os locais que necessitávamos e queríamos conhecer. Achamos a cidade bem segura também – claro que não dá pra dar sopa para o azar.

Nos dias em que estivemos baseados na capital da província de Mendoza, visitamos quatro vinícolas (a seguir falamos sobre elas).

Muitos blogs e roteiros indicam como passeio “obrigatório” as Termas de Cacheuta. Pensamos muito e muito em visitar, analisamos e entendemos que a experiência não valeria a pena em função do investimento necessário: para aproveitar de verdade o local seria necessário hospedar-se no SPA/Hotel, o que tornaria o passeio beeem caro. As demais piscinas naturais não nos pareceram algo tão atrativo, então, certos ou errados, desistimos de ir.

Em um dos dias (no primeiro com o carro) fomos conhecer a Cordilheira dos Andes, o Aconcágua e a Ponte del Inca. Há muitos passeios para essa região, chamados de “Alta Montaña”, mas é bem tranquilo fazê-los por conta.

Depois, rumamos para o Valle del Uco, uma região ainda mais fria de Cuyo (que é onde fica a capital), mais próxima da Cordilheira e, por isso, com vinhos ainda melhores. Na volta, paramos novamente na capital para comprar os vinhos que queríamos no Carrefour.

Temperatura

Viajamos em junho, em uma época em que o frio começa a aparecer, mas ainda não chegou ao ápice. Em Mendoza, capital, tivemos temperaturas que variavam de 0ºC a 15ºC. Quando fomos para a Cordilheira a situação foi mais complicada: nas imediações da base do Aconcágua a temperatura chegou a -7ºC. Na maior parte do dia, fora da montanha mas ainda na cordilheira, a temperatura variou de -1º a -5ºC. Portanto, muita atenção especialmente com os pequenos: mãos e cabeça protegidas, e calçados fechados e quentinhos – de preferência que, se molharem, não cheguem a molhar os pés, uma vez que tem bastante neve por lá.

Nessa região, obviamente, não há muitos locais de parada. Saímos de Mendoza e rodamos por mais de duas horas, até que decidimos parar em um posto policial no meio do nada, já que as meninas precisavam usar o banheiro. O policial, bem simpático, explicou que não poderiam usar, uma vez que não havia água potável no lugar. Ele inclusive trabalhava sozinho por lá. Nos orientou a rodar mais alguns quilômetros, até que chegamos a um posto de combustíveis.

Ali emprestaram os banheiros, que certamente estão no top 3 dos mais sujos que já vimos na vida. Enfim, a necessidade obrigou o uso…

Rodamos mais um tempo até atravessarmos uma charmosa localidade, que seria a última antes da subida, propriamente dita, por estrada, até as montanhas. E só esfriava.

Cordilheira

Prepare-se para o frio. Não esqueça que você estará em uma cordilheira, ao pé da montanha mais alta das Américas. Na entrada do parque há uma pequena loja e um ponto policial, e só. Se precisar banheiro ou alguma outra coisa, melhor parar uns 3 ou 4 quilômetros antes do parque – onde há uma base militar.

O espaço do parque nacional é incrível, surpreendente, lindo, colossal. Quem quiser passear deve obrigatoriamente seguir as trilhas que estão bem marcadas. O risco de se perder é grande. Pode deixar as crianças correrem por lá? Pode, claro, Mas fique sempre de olho.

É preciso lembrar também que é uma região árida e cheia de pedras. Portanto, vá abastecido de bebida e alimentos, e com roupas adequadas.

No próximo post vamos falar um pouco mais sobre as vinícolas da região e sobre outros lugares para conhecer!


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