Que Foz do Iguaçu é um dos destinos turísticos preferidos dos brasileiros todo mundo sabe. O que a GENTE não sabia era o quanto a cidade é acolhedora e cheia de atrações – um destino ótimo para famílias com crianças de qualquer idade.
Cataratas
Começamos o passeio, claro, pelo Parque Nacional do Iguaçu – onde está uma das principais atrações do mundo (eleita pelo Traveler´s Choice 2022) e a sétima Maravilha Mundial da Natureza: as cataratas do Iguaçu. Iguaçu, em tupi-guarani, significa “Água Grande”.
O parque abriga o maior conjunto de quedas d´água do mundo. O rio chega a medir mais de um quilômetro de largura acima das cataratas, que, ao todo, têm 2,7 mil metros de largura em seu trecho maior – 800 metros do lado brasileiro. São mais de 270 quedas ao todo na área.
Formado basicamente por mata atlântica, o parque tem mais de 185 mil hectares. A floresta se estende ainda pela Argentina e pelo Paraguai, e abriga muitas espécies raras e ameaçadas de extinção. Para se ter uma ideia, a maior população de onças-pintadas da Mata Atlântica está nos Parques Nacionais do Iguaçu e Iguazú (Argetina).
As cataratas são formadas pelo Rio Iguaçu, que recebe as águas da Bacia do Rio Floriano e outros rios do parque.
Além de conhecer as quedas da água, o visitante pode realizar diversas atividades, guiadas ou não, como Caminhada Contemplação, rafting, trilha de bicicleta, cachoeirismo e outros.
Mas e o passeio, como é?
Na chegada ao parque há diversas placas que orientam os visitantes, além de funcionários indicando o passo a passo para o início dos passeios. Então, mesmo diante da grandiosidade do local, tudo é fácil. É possível acessar o mapa interativo no site, o que permite encontrar e identificar os pontos de interesse.
Quem chega é orientado a se dirigir à área dos ônibus turísticos próprios do parque. São ônibus de dois andares, sendo que o de cima é aberto – se for escolher ficar ali, proteja-se do vendo e do frio. Indicamos para quem tem criança ficar no andar de baixo, mesmo, protegidos. A visão é ótima igual. Fique atento às margens da floresta: é possível ver vários animais silvestres passeando por ali.
Durante o passeio conhecemos pais que levaram bebês em carrinhos. Dá para fazer a trilha, mas fica um pouco complicado em função das escadas. Nossa sugestão é levar o carrinho tipo guarda-chuva – aquele mais levinho e dobrável, que pode ser fechado rapidamente e carregado nas mãos – e um canguru (para carregar a criança junto ao corpo, deixando as mãos livres). Cuidados especial com insetos e sol. Aqui nesse texto (https://www.temcriancanaviagem.com.br/2017/01/02/perguntas-sobre-repelente/) um pediatra fala sobre o uso de repelentes por crianças.
Prepare-se para fazer muuuuitas fotos. O passeio dura o tempo que você quiser, mas, à medida que o visitante se aproxima das quedas, os respingos tornam-se mais intensos a ponto de se tornar quase chuva: por isso a importância da capa de chuva e de proteger bem as crianças da água.
Dicas:
– Leve água
– Use repelente e protetor solar
– Leve capa de chuva (ou compre lá dentro do parque – mas é mais caro…). Você ficará encharcado nos pontos mais próximos das cachoeiras.
– Use calçados confortáveis para caminhadas, subir e descer escadas, etc.
FUNCIONAMENTO
Terça a sexta, das 9h às 16h
Sábado e domingo, das 8h30 às 16h
TRANSPORTE
Saída do primeiro ônibus do Centro de Visitantes: de terça a sexta 9h. Sábado e domingo, às 8h30min.
Retorno: última saída às 17h30min
Contatos:
WHATSAPP +55 45 9 9137 3444
TELEFONE +55 45 3521 4400
E-MAIL contato@catarataspni.com.br
ENDEREÇO
BR 469, Km 18 – Parque Nacional do Iguaçu
Foz do Iguaçu / Paraná / Brasil
CEP: 85.859-899
Parque das Aves
Apesar de algumas agências sugerirem um roteiro diferente, nós optamos por visitar as cataratas pela manhã e ir almoçar no Parque das Aves – que fica em frente ao Parque do Iguaçu, uma caminhada de cinco minutos. Almoçamos no restaurante Sabores da Floresta e depois, descansados e alimentados, pudemos conhecer com calma o lindo parque. Claro que a decisão é individual, mas gostamos muito da decisão.
O Parque das Aves é daqueles lugares gostosos de visitar sem pressa, sentando nos bancos estrategicamente colocados em meio à natureza, e curtindo o som dos pássaros. O lugar é bem sinalizado e é no estilo “mão única”, com um caminho organizado para ser seguido. Lembre-se, de novo, do repelente!
São 16 hectares de mata nativa em mais de 1,3 mil metros de trilhas. O lugar abriga cerca de 1,5 mil animais de 140 espécies como aves (claro!), mamíferos e répteis.
O Parque das Aves é privado e foi criado em 1994 pelos biólogos britânicos Dennis e Anna Croukamp e ainda hoje é a única instituição do mundo focada na conservação das aves da Mata Atlântica.
É difícil dizer que algum ponto lá dentro é mais importante do que outro, mas é necessário destacar o ambiente das araras – que abriga dezenas de aves, entre elas a arara-azul – e o espaço onde os visitantes podem alimentar os periquitos com pequenas barras de grãos.
Dedique pelo menos duas horas ao parque – que tem toda infraestrutura para receber crianças e possibilita que o passeio seja feito com carrinho de bebê.
Onde almoçar
Ponto de encontro de quem quer descansar ou fazer uma refeição super gostosa – com muitos dos produtos cultivados ali mesmo, no parque – o restaurante Sabores da Floresta oferece uma deliciosa combinação de refeições leves, com acompanhamento de sucos naturais. São algumas mesas em área coberta – a maioria fica no pátio, aberto, juntinho à natureza.
Transporte por Foz
Ao pesquisar sobre Foz percebemos a importância de contar com um receptivo que atendesse todos os nossos interesses. Estávamos em família, num grupo de seis pessoas – por isso o melhor era irmos todos juntos conhecer as atrações.
Assim acabamos conhecendo a Loumar Turismo, a principal empresa da cidade em receptivo e transportes.
Com ônibus e vans fizemos diversos passeios, sempre pontuais e atenciosos. Tivemos uma situação com a Sara, que ficou doentinha, e ofereceram veículo para nos levar para o hotel sem custos extras – uma atenção muito legal em um momento que poderia ser difícil.
Apesar de a Loumar oferecer todos os transportes para as atrações na cidade, optamos por três: conhecemos Itaipu, fomos ao Paraguai e, por fim, fizemos o City Tour e Marco das Três Fronteiras. E recomendamos!
Itaipu Noturno
Este passeio, como o próprio nome diz, faz uma visita à usina de Itaipu durante a noite. Os ingressos podem ser comprados via site, agências ou no local.
Atenção quem vai com crianças: o espaço é aberto e próximo ao rio, portanto tem vento e, dependendo do período, é bem mais frio do que em outras partes da cidade. Como é noite, não há lancherias ou outros estabelecimentos para atendimento de necessidades, então leve comidinhas, água ou o que julgar necessário. É bem tranquila a utilização de carrinho de bebê.
Após um trajeto de alguns minutos no ônibus os visitantes chegam ao fim da linha – ali sentimos falta de alguma informação: todo mundo desceu e foi em direção às construções próximas. Seguimos o grupo.
Chegamos em uma espécie de escadaria / arquibancada, com alguns bancos, de frente para parte da usina.
Logo após começou uma linda apresentação musical com os músicos Sofia Goulart, Tiago Rossato e Marcelo Corrêa, que tocaram canções brasileiras, argentinas e paraguaias.
Após o show, que durou cerca de 30 minutos, foi anunciado o show de luzes – que na verdade nada mais foi do que o acendimento de luzes coloridas em parte da usina. Alguns minutos depois, retornamos para o ônibus, que ainda trafegou pela usina e por sua construção gigantesca. Sentimos falta de uma narração explicando o que estávamos vendo, mas mesmo assim ficamos impressionados com a grandiosidade da construção.
Itaipu é a maior usina hidrelétrica do mundo e está no Rio Paraná, entre Brasil e Paraguai. Foi inaugurada em 1984 e em sua parte mais alta tem 196 metros.
Citytour
Aproveitamos um dia de folga para fazer o City Tour com a Loumar Turismo. O roteiro contempla a mesquita islâmica, o templo budista e o Marco das Três Fronteiras, sempre com preciosas informações dos guias, gentis e prestativos.
A primeira parada foi na mesquita islâmica Omar Ibn Al-Khattab. Não pudemos entrar, apenas observar de fora dos portões – o prédio passava por reformas. Mas é um monumento impressionante e lindo da religião, e representa também a cordialidade em que vivem os seguidores do Islã na região – assim como outras, o Islamismo tem vertentes, e diferente de outras mesquitas, esta é utilizada por várias destas vertentes, em paz e harmonia. Pertinho dali há uma doceria e uma loja de salgados árabes que valem a pena conhecer!
Não pudemos entrar na mesquita, mas podemos dar um testemunho de outras visitas que fizemos a mesquitas pelo mundo. Temos, em nosso mundo, aquela visão mais radical do Islamismo – o que é muito triste, uma vez que radicais são uma pequena parcela dos fieis. Sempre fomos muito bem tratados nas mesquitas que visitamos, e nos impressionamos com a cordialidade e com o carinho dispensados – em especial com a Sara. Então, vale a pena conhecer mais sobre a religião e respeitá-la.
Após seguimos para o Templo Budista, um dos poucos existentes no Sul do Brasil. O complexo é bem grande, espaçoso e fica em uma área distante do centro. Há banheiros públicos e é bem tranquilo de passear com crianças.
São três estátuas de Buda no local: uma réplica do Buda sentado Mi La Pu-San; uma estátua do Buda Shakyamuni deitado; e outra, em bronze, do Buda Amitaba.
Há ainda cerca de 120 estátuas que representam a reencarnação de Buda na Terra, e um templo principal com mais de dois mil metros quadrados.
As visitas podem ser feitas de terça a domingo, das 9h30min às 16h30min, e a entrada é gratuita. Tem estacionamento no local, gratuito.
Marco das Três Fronteiras
O ápice do passeio é também uma oportunidade de ir em um pouco onde podem ser vistos os três países – Brasil, Argentina e Paraguai.
O legal do lugar é que se criou um série de atrações – desde naturais até gastronômicas, turísticas, comerciais e musicais em um mesmo espaço que, precisamos dizer, está pequeno para a quantidade de turistas.
Ao ingressar no Marco você atravessa uma loja beeeeem completa de suvenires, e dali entra em um pátio onde está o obelisco verde e amarelo. Ao redor dele, banquinhas de lanches e comidinhas, um play bem equipado para as crianças, a vista do rio com os três países e o restaurante Cabeza de Vaca – nome do explorador que descobriu as cataratas.
Inaugurado pelo Marechal Cândido Rondon há 119 anos, o obelisco serve de pano de fundo para as encenações que ocorrem em seu entorno.
ATENÇÃO: Corra para pegar cadeiras ou bancos que ficam nas proximidades, se não você terá que assistir ao show de pé, e no fundo. Para quem está com criança a situação é um pouco complicada (novamente, tem muita gente), então nossa dica é: antes de começar a passear pela área, arrume um lugar para sentar próximo ao obelisco (de preferência de frente para o rio).
As encenações e danças típicas brasileiras, argentinas e paraguaias são muito bem executadas. Ficamos impressionados com a qualidade dos dançarinos.
Após as apresentações, a dica é deliciar-se com os lanches vendidos nas banquinhas ou no próprio restaurante, que não pudemos conhecer devido o horário de retorno do passeio…
Argentina e Paraguai
Quem está na chuva é para se molhar, diz o ditado. Então, se fomos até Foz, porque não visitar os dois países vizinhos?
Passamos poucas horas no Paraguai – novamente fomos com a Loumar, muito bem orientados e seguros. O ruim é que o preço do dólar não permite extravagâncias, então optamos por passear um pouco e retornar no primeiro ônibus mesmo, depois de comprovar que os preços não estavam convidativos.
No dia seguinte fomos à Argentina seguindo dicas de outros blogueiros. Estávamos com carro alugado, então não podíamos atravessar a fronteira. Deixamos o carro perto da aduana, em um estacionamento grátis e nas proximidades do freeshop, atravessamos a fronteira e pegamos um táxi até o centro de Puerto Iguazu – uma cidade que achamos que vale a pena um passeio com mais tempo.
Fomos direto para o Centrinho, que é uma rua cheia de lojinhas que vendem vinhos, queijos, doce de leite e outras iguarias. Os preços são bons, mas compramos os vinhos com preço ainda melhor na vinacoteca que tem no final da rua, de frente para o centrinho. Ali encontramos vinhos razoáveis de Mendoza por R$ 12 (!!!), e há vinhos muito bons por R$ 30!!
Passeamos entre as bancas e provamos muito queijo e doce de leite, aproveitando bons preços. Então, vale a pena a ida para a Argentina – que passa por uma grande crise econômica, o que favorece nossa moeda.
No retorno paramos no Freeshop – um passeio interessante, mas com preços nada convidativos.