Estação de Gia Lam, em Hanói, no Vietnã. Dali partimos de trem para Nanning, no sul da China, fazendo o roteiro inverso do da maioria dos turistas que viajam por conta para esta região. Compramos as passagens no China Ticket Online (https://www.chinaticketonline.com/), um site que funciona muito bem e é fácil de usar (este site disponibiliza tudo quanto é tipo de passagem. Vale a pena explorar). Compramos a passagem soft sleeper, que dá direito a uma cama melhorzinha.
A estação vietnamita é simples e sem muito conforto, mesmo estando numa capital e sendo ponto de partida para uma viagem internacional. Imaginamos que fosse um exemplo de prédio público em um país comunista como o Vietnã.
Nada para comer lá dentro. Os banheiros, sem portas e imundos. Nas imediações, apenas pequenos bares e somente alguns poucos salgadinhos ou lanches de aspecto duvidoso para comer.
O trem, simples, velho, com cara puída (porém limpo) viaja devagar. Fomos recebidos por uma horda de mosquitos. O repelente nos salvou. A notícia boa: ficamos apenas os três em uma cabine com dois beliches. Temíamos ter que dividir o pequeno espaço, ocupado ainda por nossas bagagens, com algum desconhecido e de hábitos estranhos.
Os banheiros são coletivos; não há serviço de bordo, mas há água quente disponível – dá para comer um lámen ou tomar um chimarrão… rsrsrsrsrs
São apenas 323 quilômetros entre Hanói, no Vietnã, e Nanning, na China, e intermináveis 11 horas de trajeto. Viaja-se à noite, e o trem para a todo o momento para subidas e descidas de passageiros. Além disso, há os tensos momentos entre sair de um país e entrar em outro. Os avisos para descer até a imigração são batidas secas na porta – se você estiver dormindo profundamente (o que é bem provável, já que estará viajando durante a madrugada…) e não escutar, já era.
A apresentação dos documentos exige pressa, atenção e agilidade: você provavelmente estará dormindo. Precisará acordar, entender o que está acontecendo (já que ninguém fala nem inglês…), juntar toda a bagagem e documentação e ir para a fila certa (não encontramos placas em inglês em uma destas paradas, apenas em mandarim…). Depois, deve-se retornar ao trem rapidamente – não percebemos conferência de passageiros – antes que você perca o “bonde”.
Cerca de duas horas depois, nova parada – desta vez para ingressar na China. Aí sim o bicho pega: caras fechadas, armas em punho, revista de bagagem. Mas sobrevivemos. Dica: NEM PENSE em fazer foto, nem na entrada no Vietnã, nem na China.
Resumindo: a viagem é uma baita experiência. Não foi maravilhosa, mas não dá para dizer que foi ruim. As camas velhas e o cansaço deram conta do recado, então conseguimos dormir.
Estranha mesmo foi a chegada em Nanning. Mas isso fica para outro post…
Nanning nos rendeu várias histórias. Uma delas está aqui neste texto!