Entre os anos de 2004 e 2009 o professor e pesquisador Daniel Granada, de Lajeado, morou na Europa. Pai de três filhos e casado com a francesa Dorothée Sy, arquiteta, ele dá detalhes legais para uma viagem com crianças para a capital da Inglaterra, Londres.
O convite para revirar o baú da memória e contar a história de uma viagem com nossos filhos, Isabelle e Angel, foi um desafio e ao mesmo tempo um prazer. Nosso filho mais velho hoje tem 10 anos, nasceu na França durante o período em que eu estava preparando meu doutorado. Morei lá entre 2004 e 2009, onde conheci minha esposa e tivemos dois de nossos três filhos.
A viagem que vou relatar aqui é uma que fizemos a Londres em 2008, com dois filhos pequenos. Na época morávamos lá por causa do meu ano de cotutela em Colchester, na University of Essex. Em um dos finais de semana de junho, quando as temperaturas já estão mais amenas, decidimos passar um final de semana em Londres. Reservei um hotel pela internet – eles estavam em reforma para as Olimpíadas e os preços estavam mais em conta.
Viajar com crianças nunca é simples, mas com a prática e um pouco de paciência sempre podemos aproveitar muito em família.
Ficamos em Kensington, próximo ao parque, o que foi ótimo para as crianças poderem aproveitar. Uma boa dica para que vai a Londres com filhos é aproveitar os parques da cidade. No Kensington Gardens, junto ao Hyde Park, há o parque da Princesa Diana (Diana Princess of Wales Memorial Playground), um espaço consagrado às crianças com uma série de brinquedos incríveis: tem navio pirata, tobogã, um rio artificial para se refrescar, parede de escalada e diversos outros brinquedos que não temos em nossos parques por aqui. A entrada é gratuita e o ambiente muito bom. Para aqueles que gostam de se aventurar como músicos, existem xilofones grande feitos de tubos de metal e que permitem fazer música com as crianças.
Outra dica que pode ser interessante são os museus da cidade. O de História Natural sempre tem uma programação intensa e interativa. Quando fomos eles estavam com uma exposição sobre a obra de Darwin, A origem das espécies. A exposição chamava-se “The big idea” e continha uma série de espaços onde era possível ver por onde Darwin tinha passado. O museu é supermoderno e interessante. Os outros museus da cidade dependem um pouco do tamanho das crianças: como as nossas eram pequenas, podíamos levá-las em qualquer um, já que todos têm boa estrutura para famílias. Destaque para o museu do design Victoria and Albert, a National Galery e o insuperável Tate Modern, às margens do Tâmisa.
Para quem gosta de um passeio alternativo e um ambiente intercultural a pedida é ir ao bairro de Camden Town ou à Chinatown. Lá se encontra um ambiente diversificado, pessoas do mundo inteiro e uma culinária bastante diferente para nós, brasileiros. O metrô permite chegar a praticamente à toda a cidade, mas também vale a pena aproveitar a caminhada nas ruas, que sempre têm lugares incríveis para descobrir. Em nossa viagem com as crianças aproveitamos bastante para caminhar e nos deslocarmos nos ônibus e pelo Underground.
É bem fácil circular por Londres com os carrinhos de bebê. As calçadas, travessias, ruas, as lojas são sempre de fácil acesso – até aquelas de vários andares. Você sempre vai encontrar um elevador para um carrinho de dois lugares (um atrás do outro) na cidade. Os carrinhos duplos do lado são mais difíceis porque raramente passam pelas portas normais. Me lembro de um supermercado com carrinho de compra com dois lugares para os pequenos (um sentado e um semideitado! Esses ingleses pensam em tudo…), e esses tipos de detalhes fazem muito a diferença na hora de fazer as compras.